quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ninguém pode lhe fazer mal sem sua permissão. Não dê.


A cada dia fica menor o tempo para a contemplação, para o refletir, para o pensar. E isso é triste... Se não pensamos, deixamos de existir. É cartesiano, mas é verdade. Se não existimos, não estamos aqui... estamos em qualquer outro lugar, mas nunca no momento em que estamos vivendo. Somos zumbis, manequins, bonecos. Sempre além, sempre ausentes, frios... Me lembrei do Gustavo Oviedo me falando sobre os nossos "zumbis"... Afe!... Manipuláveis e manipulados.

Não quero. Não vou. Não posso!!!!

Não vou me deixar ensurdecer pelo barulho dessa vida louca. Preciso, constantemente, me exercitar e me lembrar de fechar os olhos para o mundo a fim de enxergar a poesia das coisas. A fim de ouvir a música dos dias. A melodia das horas. De admirar a "dança das cores", odores, sabores e amores que permeiam nossa vida.

Ainda existe luz em alguns sorrisos. Ainda encontramos conforto em certos abraços. Ainda é possível sentir doçura em algumas palavras. Ainda há felicidade nos encontros. Ainda há esperança nos olhares. Ainda tem gente que procura genuinamente ser feliz... Não ser mais rico, mais bem sucedido, mais bem relacionado, mais bonito, mais magro, mais qualquer outro valor que porventura esteja na moda por aí…Mas, total e simplesmente, feliz.

E é malditamente clichê (sempre digo que a verdade está nos clichês... rs!) - a felicidade está tão próxima, tão escondida em pequenas coisas que simplesmente não notamos.

Eu ainda páro e abro os braços para sentir o vento (no calçadão é ótimo fazer isso!). Eu converso com flores, gatos, cachorros, bebês... Eu canto enquanto cozinho e escrevo cartas apaixonadas (envio pelos correios!) para meu amor. E eu digo "eu te amo" a todos que eu sinto amor. Eu danço Belle & Sebastian (adoro!!!) com minhas filhas (as poodles) no meio do quart à noite... Eu reconheço algumas pessoas pelo cheiro. Não o cheiro de CC, obviamente (rs!!!), mas pelo cheiro característico delas. Eu sei quando meus chegados estão chateados pelo seu tom de voz... Eu ainda toco as pessoas. As abraço, seguro em suas mãos, as beijo e faço questão de demonstrar a elas o quanto são importantes para mim. Pra mim, isso é viver e sentir, é trocar. É ser total e completamente humano.

Não vou deixar essa vida me endurecer. Porque quando endurecemos, quebramos. Quero ser fluida, flexível, mutável, líquida. E preencher cada reentrância que essa vida me reservar…Para então, um dia, quem sabe…Transbordar.